Último
Trago
Fazia sol, o sábado estava quente demais, mas essa é uma
das situações perfeitas para o Carlos, um senhor de 55 anos, magro e com os
cabelos grisalhos, tomar sua cerveja enquanto espera o começo da partida de seu
time do coração, principalmente porque sua esposa conhecida no bairro como Dona
Mara, com seus aparentes 50 anos de cabelos negro cacheados e seus mórbidos
160kg, estava no salão de beleza tentando manter uma imagem jovial.
Como de costume Carlos já havia ajeitado sua cadeira de
praia na laje com seu isopor cheio de latas e uma mesinha para apoiar sua tv de
30 polegadas. O jogo já estava para começar, a emoção cresce dentro de Carlos
por conta de seu fanatismo, seu time começa bem a partida o que tranquiliza Carlos,
mas mal sabia ele que a tranquilidade não duraria mais 45 min, pois no
intervalo da partida ele começa a ouvir uma gritaria vinda da rua, quando
levantou para ver o que acontecia, notou sua grande esposa vindo em desespero
para casa com um pano enrolado no braço.
Carlos rapidamente desceu as escadas da laje para abrir o
pequeno portão que batia em sua cintura, sua esposa entrou correndo com um
olhar de espanto e nojo ao mesmo tempo.
- Ele me mordeu
- Quem te mordeu mulher?
- Um mendigo todo esfarrapado, sujo de sangue e que fedia a
morto, que nojo.
- Calma minha véia, a gente limpa isso rapidinho
E entrou com a Dona Mara para fazer o curativo, já no
banheiro quando ele desenrolou o pano e viu que era uma bela mordida, pois
aparentemente estava faltando um grande pedaço daquele braço gordo.
- Nossa amor, ele arrancou um bom naco do seu braço, vou
ligar para nosso garoto, pois acho que terei que te levar para o hospital.
- Sem hospital, odeio ficar horas esperando para ser
atendida naquele açougue.
Após ouvir a negativa de sua mulher, Carlos começou a fazer
o curativo.
-- Como arde esse maldito mertiolate.
-- Calma minha redondinha antes de casar sara.
-- É porque não é o seu braço.
Mas por mais que Carlos jogasse o medicamento, a ferida era
muito grande e o sangramento não estancava
--- Sinto em te informar, mas vamos ter que ir no hospital,
não está dando jeito isso aqui não.
Após essas palavras, Dona Mara começa a arder em febre e
desmaia.
-- Amor, amor, acorda. Eu sei que está doendo e que está
bem feio isso, mas não apaga não.
E começa a dar uns tapas para que ela acordasse, mas não
surtiu nenhum efeito.
-- Vou ter que ligar para o garoto vir ajudar.
Carlos começou a ligar para seu filho. Após algumas
tentativas o telefone só chamava e caia na caixa de mensagens.
-- Que
droga que ele não atende, vou ter que carregar ela sozinho.
Ele tentou arrastar
o corpo de sua amada, mas não aguentou os 160kgs nem por três metros.
- Vou
ver se o Zé me ajuda.
E largou o corpo imóvel de sua obesa esposa na sala da
pequena casa.
Ele foi até o vizinho que não estava em casa, mas ficou
assustado ao ver que os nóias, que até era normal circularem por ali, estavam
atacando qualquer pessoa que passava pela rua e ficou horrorizado com a cena de
cinco deles em cima de uma senhora que volta da vendinha com uma sacola de
compras. Carlos voltou correndo para sua residência, já em sua casa ele levou
um susto ao ver que sua mulher não estava mais deitada na sala.
-- Marinha, onde você está.
E não houve uma resposta a não ser um gemido vindo da
cozinha, ele vai até a cozinha e se depara com sua esposa comendo o cachorro da
família.
--O que você está fazendo, ficou louca.
Dona Mara só olha para ele com o corpo do cachorro na mão e
volta a enfiar os seus dentes no animalzinho que já estava morto. Em pleno
desespero Carlos sai e tranca a porta da cozinha com medo de sua mulher.
- Ela
enlouqueceu, como pode comer o bichinho?
Ele pega o celular e tenta ligar novamente para seu filho e
novamente o telefone só chama e nada de atender ele continua tentando até que
um barulho forte o fez largar o telefone. A porta da cozinha, que não era
resistente, começou a ceder e a cada investida de sua mulher a porta fraquejava
mais e mais.
- Se acalma amor
E conforme ele falava mais barulhos na porta ele ouvia
- Não
pode ser a febre, ela estava desmaiada sem reação e de repente ela está
almoçando o cão.
Quando ele ouve outro som, agora vindo de fora de sua casa,
o portãozinho havia cedido e meia dúzia de nóias todos sujos de sangue invadem
o quintal de Carlos que correu para trancar a porta.
- Saiam daqui seus merdas, vou chamar a polícia.
Mas aquela meia dúzia de esfarrapados sangrentos
continuaram avançando em direção a porta de entrada da casa, Carlos corre para
fechar a porta, mas não consegue já que um braço o impede, ele força a porta
contra aquele braço até que escuta o estalo de osso quebrando, mas
aparentemente isso não abalou o dono do braço. Ele continua forçando a porta
até que o osso quebrado rasgue a péle e nada do que ele faça parece surtir
efeito sobre o viciado, depois de tanto forçar a porta, o braço que já estava
com a pele rasgada cai nos pés de Carlos e enfim ele consegue fechar a porta
-- Que
droga esse povo está usando agora, eles não sentem dor, o mundo está acabando
O choque, o medo, o fedor de podre e o antebraço caído em
sua frente, tomam conta de sua mente e só aumenta com os barulhos vindos da
porta de entrada e da cozinha. Não há conversas, só grunhidos de ambos os
lados, nada parece real, tudo chega a ser um grande pesadelo escrito e dirigido
por Zé do Caixão, nesse estupor da mente Carlos só consegue pensar em ligar
para seu filho, mas como antes só da caixa de mensagem.
-- Não é possível o Cleiton não atende a uma ligação.
Em meio a seu tumulto mental ele não percebe que a porta da
entrada está prestes a ceder com a preção feita pelos nóias e a da cozinha não
está diferente. Mas sua mente volta ao normal ao ouvir um grito de Gol vindo da
laje, ele em um sentido visceral corre para seu quarto que fica no segundo
andar de seu sobrado.
Já dentro do quarto, Carlos ouve uma das portas estourarem
e o grunhido junto com um cheiro de carne podre, pior que mil ratos mortos,
tomarem sua residência, ele se tranca em seu quarto enquanto procura algo para
sua defesa, já que esses drogados estão mais abusados e persistentes do que
nunca, enquanto tentava achar seu porrete dentro do armário Carlos ouve a outra
porta estourar, agora era a da cozinha e sua mórbida esposa com certeza havia
derrubado a porta com seus leves 160kgs.
Os passos começam a tomar a escada, mas estranhamente
nenhum deles vai em direção ao quarto e sim para a laje onde a tevê transmitia
o jogo, dentro do armário ele se depara com seu antigo e principal inimigo, um
maço de cigarro lacrado e um isqueiro.
--
Quer saber foda-se
Carlos ascende um cigarro e guarda em seu bolso, mas não
acha seu porrete.
--Essa
mulher deve ter jogado fora, só pode.
Mas a necessidade de se defender era maior, então ele
enrola um cinto em sua mão direita deixando a grande fivela de rodeio pendurada
a sua frente.
--Isso
vai ter que servir
Ao olhar pelo buraco da fechadura ele percebe um número bem
maior de pessoas que invadiram sua casa, mas o fluxo que subia pela escada
havia parado e todos eles se concentravam na laje. Carlos abre a porta, todos
aqueles seres podres olham para ele e começam a caminhar lentamente em sua
direção, ele acerta uma fivelada com violência em um corpo que estava tampando
seu caminho, tão forte foi a pancada que arrancou o maquixilar da coisa que
estava em sua direção.
Carlos desce correndo as escadas e vai direto para a
cozinha, ela era pequena, mas dava tranquilamente para a familiar se reunir
para uma refeição, ele vê muito sangue e só pedaços de pele de seu animalzinho
destroçado.
--
Chega vou dar um basta nisso
Ele joga a bituca de cigarro no chão e começa a puxar o
fogão, o barulho de corpos caindo pela escada não intimida seu plano, já com o
fogão virado de lado ele puxa a mangueira do gás e deixa ele se espalhar pela
cozinha. Carlos se senta em um canto, faz uma barricada com a mesa e acende
outro cigarro esperando os seres podres invadirem sua cozinha, mas para seu
espanto sua esposa gorda e agora com uma coloração cinza é a primeira a entrar
seguida por diversas outras pessoas.
Carlos se levanta com o cigarro em uma mão e o isqueiro em
outra e fala.
-- Vem meu amor, vem me dar um último beijo.
Quando a criatura
enorme se próxima, ele dá um último trago, joga o cigarro fora e faz um bico para
receber o beijo, sua esposa o agarra e ele a abraça, mas em vez de dar um beijo
ela arranca parte de seus lábios. Já com a boca sangrando ele grita
-- Vamos juntos meu amor.
E risca o isqueiro
para um grande espetáculo de fogos.
Mano, continue!
ResponderExcluircontinuarei, pode deixar
ResponderExcluirShooow!
ResponderExcluirShooow!
ResponderExcluirShooow!
ResponderExcluirKkkkkkkkkk to demais bicho..
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiruauuuuuu muito engraçado,aguardando o próximo.
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