sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Baile Maldito

                                                   Baile Maldito

A noite de sexta feira sempre promete, Aninha, uma garota de dezessete nos olhos castanhos e cabelo negro comprido, com um corpo exuberante que só a beleza juvenil consegue alcançar, se prepara para mais uma festa na comunidade, foram horas se arrumando, passando diversos tipos de maquiagens sem contar o tempo gasto para ajeitar seu cabelo, já ao som de um funk que já fazia seu corpo se movimentar.
Após se arrumar ela vai para a quadra da comunidade onde acontece todos os finais de semana um evento. O local já estava cheio quando ela chegou e nem era meia noite ainda, Ana encontra suas amigas, Angélica uma menina loira, com olhos azuis chamativos que era apelidada de galega e Marcia, uma negra com cabelos cacheados e um estonteante par de pernas.
-- Oi meninas, hoje o baile promete
-- Oi amiga, você viu? O Carlinhos falou que vai vir só para te encontrar
-- Esse cara é chato, metido a comedor, mas essa carne aqui ele não vai ver
-- Nossa para que tudo isso então? Diz Marcia apontando para o vestidinho curto que deixava as pernas em amostra.
-- Não sei, mas para aquele bicho feio não é

As meninas já estavam bebendo um drink que era a mistura de vodka com energético, só para dar uma descontraída maior. O baile começa e o som alto do funk as faz dançar e claro os homens e garotos se aproximam do grupo das três meninas que mais chamavam a atenção na da festa.
Passaram horas ali praticamente no mesmo lugar rodeadas de homens, quando Aninha resolve dar uma circulada, com suas amigas, pelo salão elas notam um tipo de dança diferente, onde um homem e uma mulher parecem morder o pescoço de outra menina.
-- Nossa essa dança eu nunca vi
-- Deve ser alguma dança nova, mas não sei para qual som. Já que toda música tem um tipo diferente de dança.
-- Não sei amiga, essa é meio estranha.
-- Eu nem posso, se eu chegar em casa com umas marcas de mordida no pescoço meu namorado me mata, ele não pode nem sonhar que estive aqui hoje.
O que elas não notaram era que a camiseta que a menina vestia não era vermelha. E não demorou muito para essa novidade se espalhar pelo salão, logo a grande maioria estava dançando daquela forma estranha.
As meninas voltam para seu lugar no salão e logo dois homens se aproximam para realizar a dança com uma das amigas de Ana. A galera não pensou duas vezes e se jogou na dança e aparentemente aquilo a deixava excitada, as amigas ficaram olhando para a cena e começaram a querer entrar na dança, quando um grito de horror cortou o salão no momento em que a música era trocada.
Elas olharam para a direção de onde veio o grito, mas só viu um corpo no chão com várias pessoas em cima do corpo.
-- Nossa o pessoal está pegando pesado, não é a primeira vez que tem uma transa aqui, mas nossas cinco seis pessoas em cima é a primeira que eu vejo.
-- Que horror, eu não teria coragem de fazer isso aqui não.
O baile continua e sua amiga galega parece cada vez mais largada aos braços de dois homens que continuaram a dança mesmo sem o som. No momento em que a música retorna a preencher o salão, três homens e uma mulher, todos com a roupa suja de algo escuro se aproximam das meninas, eles não falam nada somente se ouve um gemido.
--Huurrrrr
--Sai daqui o seu loki
Mas as pessoas continuam avançando
Quando o primeiro se aproxima de Ana, ela o empurra e o homem cai em cima do outro rapaz que estava beijando sua amiga no chão. A pessoa que caiu por cima começou a morder o ombro do rapaz que estava por baixo e ele soltou um grito.
-- Porra seu viado é para morder as mulheres. E ele empurra a cara para o lado
De repente o salão virou uma briga generalizada e o sangue se espalha pelo salão
Aninha e sua amiga ficam horrorizadas com a cena já que a mordida foi de arrancar um pedaço do rapaz e não percebem a briga e nem que o outro grupo agora com três pessoas estão muito perto.
Um deles segura o cabelo de Marcia e a puxa para sua boca que dá uma bela dentada naquele pescoço carnudo, ela grita, mas nada impede dos outros começarem a morder ela também.  Aninha empurra um dos homens que estão atacando sua amiga e vê o sangue escorrendo por sua boca, já não é mais a música que se espalha pelo salão e sim o cheiro do sangue, a sensação não é mais a mesma, ela começa a notar pedaços sendo arrancados com a boca de suas duas amigas sendo comidas literalmente no chão da quadra e mais pessoas agora todas meio cambaleantes se aproximam, todas sujas de sangue do pé a cabeça.
Aninha tenta novamente ajudar sua amiga, mas quando ela resolve puxar um homem que a atacava, ela toma uma mordida o braço, o que a deixa em choque, ela tira os sapatos de salto para começar a correr quando um dos homens também todo sujo fecha seu caminho. Aninha tenta empurra-lo, mas a dor no seu braço e muito grande e ela perde força ao fazer o movimento de empurrar, o homem agarra seu membro e em um reflexo rápido aninha acerta com o salto de seu sapato o olho do homem que lhe agredia, o homem cambaleou para trás e caiu sem nenhum movimento
Sem pensar duas vezes ela sai correndo e pula um corpo todo destroçado caído na entrada do salão, já passava da meia noite e ela nunca tinha visto tanto movimento e corre corre dentro da comunidade, o barulho de tiros e a gritaria tomavam o local. Ana desesperada tenta voltar para sua casa, mas na outra esquina vê mais um grupo atacando um senhor de idade, ela tenta ir na direção contraria, mas algo a impede seu próprio corpo já não ajuda mais, as pernas cambaleiam um calafrio sobe por sua espinha sua visão começa a ficar turva justamente quando um homem com seu estomago a mostra começa a se aproximar.
 Na tentativa de sair dali ela tropeça em uma pedra e cai no chão, seu corpo estatelado não tem forças para levantar, sua visão só consegue enxergar um volto muito próximo se abaixando em sua direção, ao sentir uma dor aguda em seu seio esquerdo e como se mãos a abrissem por dentro sua única reação foi um grito.

-- Baile Malditooooooooooo.